Travel 6 minutos 11 Junho 2024

2 dias em Lisboa

Atreva-se a descobrir os melhores restaurantes, hotéis e atrações da capital portuguesa na lista que se segue. Não faltam opções para realmente descobrir a identidade da cidade.

Lisboa é neste momento uma das cidades mais mediáticas do mundo e há muitos motivos para isso. Combinando um legado centenário com uma visão contemporânea e cosmopolita, há um pouco de tudo para todos: tanto para os que querem uma experiência mais sofisticada e elegante como para quem procura os sabores mais autênticos. Na lista que se segue vai encontrar várias propostas de restaurantes e hotéis para dois dias bem passados na capital portuguesa. Tome nota!


Dia 1: Chiado e Alfama

Manhã

Acorde embrulhado nos suaves lençóis do Four Seasons Ritz Lisboa, um dos mais prestigiados e luxuosos espaços de hotelaria da capital situado num edifício histórico do início dos anos 60 que mantém uma patine clássica cheia de charme (que inclui murais do célebre artista português Almada Negreiros) e com um serviço verdadeiramente especial. Se estiver à procura de uma solução de alojamento mais em conta, pode optar pelo cosmopolita e divertido Mama Shelter Lisboa, localizado bem perto do centro da cidade e não dispensa uma irreverente oferta de restauração e entretenimento.

Se estiver na dúvida sobre onde ir tomar o pequeno-almoço, não pense duas vezes: dificilmente encontrará uma opção melhor do que o buffet do Ritz. Quase tudo o que é servido é feito no hotel (dos fumados às viennoiseries) e não faltam clássicos como as panquecas ou os ovos Benedict.

Com o fresco da manhã como companhia, aproveite para fazer umas compras na Avenida da Liberdade, a artéria principal da cidade, onde encontrará marcas de luxo icónicas, ou visite a espantosa Estufa Fria de Lisboa, localizada junto ao igualmente imponente Parque Eduardo VII. Como alternativa, pode sempre pôr o seu conhecimento cinéfilo à prova com uma visita à Cinemateca, polo cultural dedicado à sétima arte que dispõe de regulares ciclos de cinema de autores tanto nacionais como internacionais.


Vagueie pelos corredores do Ritz em busca dos impressionantes painéis de Almada Negreiros © Four Seasons Hotel Ritz Lisbon
Vagueie pelos corredores do Ritz em busca dos impressionantes painéis de Almada Negreiros © Four Seasons Hotel Ritz Lisbon

Almoço

A gastronomia é um dos ex-líbris de Portugal e por isso mesmo não há desculpa para não se aventurar nos vários, interessantes e deliciosos restaurantes da capital. Em cima da mesa há sempre opções mais refinadas como o Belcanto, o primeiro duas Estrelas MICHELIN lisboeta que é um dos porta-estandartes da cultura gastronómica portuguesa no mundo. À boleia das criações do chef José Avillez, poderá provar os sabores mais autênticos do país (muito peixe e marisco para saborear), tudo envolto num serviço dedicado e profissional que nunca o deixará indiferente. Outras opções dentro deste estilo de refeição podem ser o Alma (duas Estrelas MICHELIN), do chef Henrique Sá Pessoa, ou o Epur (uma Estrela MICHELIN), do francês Vincent Farges.

Se pretender algo mais descontraído e irreverente, pode optar pelo Ofício, detentor de um Bib Gourmand, que fica bem junto à zona do Chiado e que se especializa em pequenos pratos para partilhar. O receituário e produtos sazonais portugueses dominam a ementa e a sua seleção de vinhos vale a pena explorar, está repleta de referências a pequenos produtores nacionais e internacionais. O restaurante Fogo, segundo projeto do chef Alexandre Silva, também pode ser uma boa alternativa para os amantes de comida feita sobre o fogo, método de confeção que é o rei de toda a carta.

O prato de leitão de José Avillez está na carta do Belcanto há vários anos. © Bruno Calado/Belcanto
O prato de leitão de José Avillez está na carta do Belcanto há vários anos. © Bruno Calado/Belcanto

Tarde

Não há nada como um passeio a pé para ajudar na digestão. Perca-se por entre as ruelas de um dos bairros mais antigos e castiços de Lisboa, Alfama. Mantenha sempre os olhos bem abertos para descobrir os pequenos miradouros que se escondem nesta zona que ainda preserva muitos elementos da sua arquitetura original — o facto de estar assente num terreno particularmente rochoso resguardou Alfama na altura do devastador tremor de terra que destruiu a capital em 1755. Se tiver tempo, pode até dar um salto ao Museu do Fado, que fica neste mesmo bairro e é uma grande homenagem a este estilo musical tão português — e que muitos dizem ter nascido precisamente aqui.

A fome já aperta? Sente-se mesmo junto ao rio no Zunzum Gastrobar (com Bib Gourmand), o restaurante mais descontraído da talentosa chef portuguesa Marlene Vieira que neste poiso debruça-se especialmente sobre o receituário e produtos portugueses, apresentando-os em pequenos e divertidos pratos para partilhar. Pode muito bem ser a opção ideal para aproveitar a tarde a petiscar comida boa e até, quem sabe, brindar com um bom vinho.

Há muitos petiscos para provar no Zunzum © Zunzum Gastrobar
Há muitos petiscos para provar no Zunzum © Zunzum Gastrobar


Jantar

Com o cair da noite chega também o cansaço de quem passou o dia a descobrir o motivo para Lisboa ser conhecida como “A Cidade das Sete Colinas”: é preciso relaxar. Quem optar por ficar alojado no Four Seasons Ritz Lisboa não precisará de muito para ter uma noite com tanto de tranquilo como de delicioso: o restaurante Cura é literalmente a estrela do hotel, sendo detentor de um macaron MICHELIN graças ao trabalho inovador do jovem chef Pedro Pena Bastos que mostra nos seus menus de degustação (o vegetariano é particularmente interessante) o potencial da geração mais nova de cozinheiros portugueses.

Mas as opções não ficam por aí, principalmente se sentir que ainda tem energia para explorar um pouco mais a cidade. Uma das referências incontornáveis é o Prado, do chef António Galapito, que se dedica a apresentar de forma altamente criativa e irreverente combinações dos melhores ingredientes portugueses. O Solar dos Nunes pode também ser uma opção interessante para quem quiser uma refeição mais virada para o receituário tradicional português sem grandes invenções.

Um dos pratos do restaurante Prado © Isaac Almeida/Prado
Um dos pratos do restaurante Prado © Isaac Almeida/Prado

Se escolher o Prado como destino do seu jantar, já está muito próximo de duas opções interessantes de hotel onde passar essa noite: tanto o Memmo Alfama como o Pestana Rua Augusta estão mesmo ali ao virar da esquina.


Dia 2: à boleia do Rio Tejo

Manhã

Não se pode falar de Lisboa sem se mencionar uma das suas jóias da coroa, o Rio Tejo. Este majestoso curso de água que nasce em Espanha e desagua aqui, no coração da capital portuguesa, pode servir de inspiração para um dia bem passado. Em termos de hotéis, como já tínhamos falado, um dos que tem a vista mais privilegiada para o rio é o Memmo Alfama. Localizado junto à imponente Sé de Lisboa e escondido numa ruela, as vistas desafogadas deste espaço deve-se ao facto dele assentar numa encosta de uma das colinas lisboetas. É uma boa combinação de design e arquitetura contemporâneos com beleza natural.

Outra opção pode ser o tal Pestana Rua Augusta, que fica junto a uma das ruas mais antigas da capital e também do Terreiro do Paço, a imponente praça colada ao rio que durante séculos era a porta de entrada de Lisboa. É também aqui que mora o Lisboa Story Center, um museu e centro interpretativo que dá a conhecer a rica história da capital. Mas atenção: antes de se aventurar na exploração da cidade é importante comer qualquer bocado. Um clássico incontornável são os famosos pastéis de nata e, apesar de poder encontrá-los em centenas de sítios, os da Manteigaria são muito provavelmente dos melhores. Coma um (ou dois, vá), beba um café e ponha-se a caminho.

Vistas do hotel Memmo Alfama © Memmo Alfama
Vistas do hotel Memmo Alfama © Memmo Alfama

Almoço

A extensa zona ribeirinha é uma excelente opção para quem quiser dar um passeio longo e aproveitar a vista. Não faltam pequenos quiosques a vender snacks e bebidas ao longo deste extenso corredor e até tem também à disposição o serviço de bicicletas públicas da cidade, as Gira, que conseguirá alugar facilmente em vários sítios ao longo do caminho.

Caminhar abre o apetite e por isso mesmo é melhor não desperdiçar nenhuma oportunidade de provar a oferta gastronómica lisboeta. A Taberna do Lopes, por exemplo, é um espaço descontraído que se especializa na maturação de carne servida de forma simples e sem grandes formalismos. Outra opção, pode ser o divertido O Frade, que serve criativas reinterpretações de clássicos das tascas portuguesas de maneira simples e saborosa. Sentado ao balcão desta casa, poderá optar por comer vários petiscos pequenos ou pratos ligeiramente mais compostos.

N'O Frade o melhor lugar é ao balcão, a ver a equipa de cozinha em ação. © O Frade
N'O Frade o melhor lugar é ao balcão, a ver a equipa de cozinha em ação. © O Frade

Tarde

Uma das várias maravilhas que a Exposição Internacional de 1998 (EXPO'98) deixou como legado foi a zona do Parque das Nações. Foi nesta área que há mais de 20 anos se concentraram os pavilhões dedicados a um sem fim de países e continentes, hoje com funcionalidades novas como salas de espetáculo, monumentos ou museus. Por ser uma zona dotada de imensas áreas ao ar livre e com o Tejo logo ao lado, é um ótimo local para passar a tarde, seja a caminhar a pé ou numa viagem de teleférico, por exemplo. É também aqui que vai encontrar o Oceanário de Lisboa, uma autêntica estrela da cidade que quase rivaliza com outro “astro” vizinho, o restaurante Fifty Seconds, com uma Estrela MICHELIN, que fica no topo da antiga Torre Vasco da Gama.

Uma das melhores formas para conhecer o Parque das Nações é viajando de teleférico © Getty
Uma das melhores formas para conhecer o Parque das Nações é viajando de teleférico © Getty

Jantar

Uma das melhores maneiras de terminar o dia é a ver o pôr do sol banhar a cidade com a já famosa “luz de Lisboa”. Para o fazer tanto pode aproveitar um dos vários miradouros espalhados pelas colinas da cidade — o Miradouro da Graça e o do Jardim do Torel são talvez dois dos melhores. Outra opção é subir até ao icónico Castelo de São Jorge, estrutura que durante séculos protegeu a cidade e que hoje é um dos seus postais mais procurados.

Para o jantar não vão faltar também sugestões. Uma delas pode muito bem ser o restaurante Boubou’s, por exemplo, que oferece uma cozinha contemporânea e com fortes influências da criativa chef Louise Bourrat. Tudo isto servido num ambiente descontraído e animado onde se destaca o agradável pátio do estabelecimento. Outra boa sugestão pode ser o animado Carnal, o projeto de influências mexicanas encabeçado pelo chef Ljubomir Stanisic (do 100 Maneiras, com uma Estrela MICHELIN) que tem tanto de pouco formal como de delicioso — prova disso são os seus tacos de carne de porco, por exemplo, ou os de couve-flor frita.

Finalmente, por que não encerrar o dia com um copo de vinho ou um cocktail? No primeiro caso, merece destaque o bar de vinhos Black Sheep. Inicialmente este poiso era quase tão pequeno quanto um armário, mas recentemente mudaram-se para a porta ao lado e ficaram com um espaço muito maior, onde não faltam imensas referências vínicas nacionais e internacionais, quase todas de pequenos produtores. Para cocktails um clássico incontornável é o speakeasy Red Frog, um pequeno recanto escondido dentro de outro bar dos mesmos donos, o Monkey Mash, que serve alta cocktelaria ultracriativa.

Descubra as guarias mexicanas do Carnal © Tiago Maya/Carnal
Descubra as guarias mexicanas do Carnal © Tiago Maya/Carnal

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Imagem de capa: Centro de Lisboa © Gettyimages

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