Com a adição destes dois restaurantes, a seleção de estabelecimentos com Estrelas Verdes em Portugal passa a ser 5 estabelecimentos.
O Guia MICHELIN, no seu esforço constante para identificar os homens e mulheres que veem na sustentabilidade uma necessidade ou uma oportunidade para melhorar o mundo, lembra-nos que cada estabelecimento é único e que, longe de critérios específicos, o seu compromisso particular com a defesa do nosso planeta é recompensado.
Como sempre, desde que o prémio Estrelas Verdes surgiu em 2020, a ideia é reconhecer e destacar estes defensores do ambiente, promovendo o seu trabalho para que possa ser replicado por outros e reconhecendo como a mensagem é transmitida aos comensais.
NOVAS ESTRELAS VERDES MICHELIN 2024
Albernoa - Malhadinha Nova
Se deseja um restaurante que esteja verdadeiramente em contacto com o ambiente... não procure mais! Estamos no meio do campo, dentro de uma grande propriedade de 610 hectares (todos em modo de produção biológica), que alberga também um esplêndido hotel rural (Herdade da Malhadinha Nova) e uma adega, o que justifica o vasto horizonte de vinhas e olivais. A proposta gastronómica, com a assinatura do premiado chef Joachim Koerper (Eleven, em Lisboa), aposta nos sabores alentejanos, acrescentando técnicas e toques da alta cozinha internacional. O seu compromisso inabalável com a sustentabilidade leva-os a trabalhar, essencialmente, com produtos que os próprios produzem na quinta (legumes biológicos da época, ovos de galinhas criadas ao ar livre, porco preto, ovelha merina, vaca alentejana, azeite, mel...), promovendo assim a biodiversidade existente.
Chef Joachim Koerper
Santarém - Ó Balcão
Quando falamos de sustentabilidade, verificamos que quase todos os chefs tentam falar sobre o território onde se encontram e os produtos das redondezas, mas poucos vão mais longe e tornam-se agentes fundamentais da mudança. É o caso do chef Rodrigo Castelo, que, determinado a promover os produtos da sua região, o histórico e fértil Ribatejo, tem centrado o seu trabalho no Ó Balcão nos peixes do rio. Vê neles bastante potencial e denuncia sobretudo a necessidade de consumir as espécies predadoras estrangeiras (siluro, lúcio, barbo...) que estão a acabar com as autóctones. A filosofia da sua proposta, que não dispensa de verduras Km 0 da sua própria horta ou de carnes suculentas, como o pato selvagem ou o javali, visa sobretudo trabalhar com estas espécies invasoras e nocivas para que o consumo aumente e, consequentemente, equilibre um pouco a balança do ecossistema fluvial.
Chef Rodrigo Castelo
«Trabalhamos com produtos KM 0 baseados nas nossas próprias matérias-primas. Para proteger o ambiente, procuramos erradicar o desperdício, cozinhamos as espécies invasoras, fazemos conservas, fermentados... e colaboramos com a Escola Superior Agrária de Santarém».Imagem de capa: Hifon de Nozes © Arnaldo Cellani/Ó Balcão