Ela é uma das bases mais potentes da culinária latino-americana e um dos alimentos preferidos da turma fitness. Alaranjada, roxa, branca, a batata-doce é originária da Cordilheira dos Andes, mas era também cultivada por diferentes populações indígenas do Brasil antes da chegada dos portugueses. Levada pelos Europeus no século 16, foi parar no Japão onde até hoje é vendida assada nos parques e conjuntos habitacionais populares, principalmente no outono-inverno.
Rica em nutrientes -- tem por exemplo, mais vitamina A e C do que a batata comum -- e de fácil cultivo, foi aos poucos ganhando ares e preparados mais sofisticados, com novos usos e combinações que extrapolam os preparos tradicionais (cozida e/ou assada) das mesas campesinas.
No menu d' A Baianeira, um recém-nomeado Bib Gourmand na Barra Funda, a batata doce roxa é a base de um nhoque com creme de requeijão moreno, sálvia, amêndoas e biju. Já no Ecully, Bib Gourmand comandado pelos chefs Juliana Amorim e Guilherme Candido, ela aparece em formato chips, acompanhando um polvo confitado no azeite de canela , feijão fradinho puxado com bacon, missô, molho de ostra (foto).
"O peixeiro mandou um polvo maravilhoso pra gente e tínhamos recebido uma amostra de um feijão fradinho especial. Resolvemos juntar as duas coisas para ver se dava certo. Faltava uma crocância e optamos pela batata doce para dar um sabor ao mesmo tempo adocicado e salgadinho", conta Juliana.
No ChefVivi, na Vila Madalena, o cardápio muda quase que diariamente, mas ela pode aparecer em combinações como o hiratake salmão + enoki no azeite e ervas + batata doce roxa e emulsão de gorgonzola + ervas. Pode também acompanhar um confit de pato junto com vagem holandesa na manteiga e raspas de laranja ou aparecer numa entrada de berinjela e abobrinha ao forno + batata doce + beterraba e purê de castanha do Pará + agrião tostado. Saudável e saborosa, ela veio para ficar, mostrando sua exuberância e versatilidade, sem perder o sabor da terra.