Reportagens 1 minuto 14 Dezembro 2023

Tudo o que deve saber sobre os inspetores do Guia MICHELIN

Os inspetores do Guia MICHELIN são o pilar da publicação desde 1933 e fazem parte do seu ADN: sem eles, não haveria seleção de restaurantes. Aqui desvendamos os mistérios desta profissão que desperta fascínio e intriga...

Os profissionais que compõem as equipas de inspeção são verdadeiros exploradores apaixonados pela gastronomia. Percorrem o mundo à procura dos melhores restaurantes para recomendar aos amantes da gastronomia e trabalham nos 40 destinos que o Guia MICHELIN abrange atualmente. Desde restaurantes de hotéis grandiosos, restaurantes urbanos, pequenos bistrôs, pubs e até mesmo bancas de comida de rua, um inspetor do Guia MICHELIN faz mais de 250 refeições anónimas por ano e documenta detalhadamente essas experiências nos seus relatórios.

“O inspetor comporta-se como um cliente típico para que os leitores tenham a mesma experiência.”

Longe da imagem do detetive rígido e severo, que escreve num caderno a avaliação do prato que acabou de provar, os inspetores (funcionários do grupo Michelin) comportam-se como qualquer outro cliente, de modo a garantir que os leitores tenham a mesma experiência que eles. O anonimato e a independência são, portanto, as armas mais úteis! Assim, reservam uma mesa (sempre com um nome falso), fazem o pedido, almoçam ou jantam e pagam a conta na íntegra, como toda a gente.

©vgajic/iStock
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Mas é importante informar que nem todos podem ser inspetores! A função exige conhecimentos concretos e competências específicas. Para além de ter uma experiência de, pelo menos, 10 anos no setor da restauração e da hotelaria, o inspetor deve ter um paladar muito apurado, ser capaz de pôr de lado os seus gostos pessoais para avaliar a gastronomia de um estabelecimento da forma mais objetiva possível e ter um conhecimento profundo dos produtos, dos terroirs e das culturas culinárias do mundo.

Existem cinco critérios que guiam os inspetores durante as suas avaliações: a qualidade dos ingredientes, o domínio das técnicas culinárias, a harmonia dos sabores, a personalidade e a emoção que o chefe transmite nos pratos e a coerência ao longo de todo o menu e em diferentes visitas. Estes critérios, que são as referências das equipas de inspeção em todo o mundo, garantem a homogeneidade de seleção do Guia e, uma vez que se aplicam apenas à gastronomia servida por um estabelecimento, permitem avaliar todos os tipos de restaurantes e ofertas culinárias, desde uma praça de alimentação em Taiwan a um restaurante de um hotel de luxo em Paris.

Em suma, os inspetores são verdadeiros profissionais motivados pela curiosidade. São especialistas dedicados com uma paixão pela comida. Adoram explorar contextos culinários em todo o mundo, acompanhar a evolução de novos destinos, descobrir novos talentos e partilhar as suas melhores dicas onde quer que estejam. A satisfação dos clientes, que confiam nas suas recomendações, é sempre o seu principal objetivo.

©ponsulak/iStock
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“Os inspetores tomam todas as suas decisões a pensar no coletivo.”

Em equipa, os inspetores atualizam a sua seleção e tomam cada uma das suas decisões a pensar no coletivo, com base nas suas respetivas visitas a cada um dos restaurantes ao longo do ano. Mais uma vez, o objetivo é garantir que as suas recomendações sejam tão objetivas e atualizadas quanto possível e que os prémios tenham o mesmo valor desde Tóquio a São Francisco, desde Copenhaga a Istambul.

As famosas Estrelas MICHELIN são atribuídas em reuniões especiais na qual participam o diretor internacional dos Guias MICHELIN, o editor local e todos os inspetores envolvidos na seleção. As Estrelas são atribuídas com atenção e por unanimidade. Se subsistir qualquer desacordo sobre um estabelecimento, são organizadas novas visitas até chegar a um consenso!

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