De acordo com dados recentes da FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, o Brasil responde por cerca de 5% da produção mundial de feijão, o que coloca o país no quarto lugar do ranking dos maiores cultivadores de phaseolus vulgaris ou feijoeiro-comum – atrás apenas da China, Índia e Mianmar.
Uma dos grãos mais antigos do mundo, com uma história que ultrapassa os 7 mil anos, o feijão se tornou indispensável na alimentação do brasileiro, sendo consumido diariamente nos lares de Norte a Sul. O Brasil também é um dos países que conta com mais variedades de feijão, algumas muito populares, outras mais utilizadas regionalmente.
O feijão do tipo carioca, ou carioquinha, é o mais consumido no Brasil. Mas o grão pequeno de coloração bege e listras marrons, se popularizou no país somente na década de 1970, a partir da mutação e cruzamentos de outras variedades de feijão marrom. Com casca fina e sabor suave, é acompanhando o arroz branco que ele faz mais sucesso, além de dar uma ótima sopa e entrar na preparação de hambúrgueres vegetarianos.
É acompanhando o arroz que o feijão-carioca mais faz sucesso no Brasil
O feijão preto vem logo atrás na preferência do brasileiro. Também, pudera, é o ingrediente principal do prato mais famoso do país: a feijoada. Mas ele também faz às vezes do feijão-carioca em estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, aparecendo nos pratos do dia a dia. Pequeno, de casca firme e sabor marcante, é ainda muito utilizado no preparo de caldos, na culinária mexicana e rende um bolinho delicioso.
O feijão branco não é tão popular no Brasil. Com cor característica e formato mais alongado do que os grãos convencionais, ele tem casca fina e um sabor amanteigado. Normalmente, é usado em saladas, mas aparece em cozidos, é servido com dobradinha, no cassoulet (conhecido como a “feijoada francesa”) e pode ser um substituto do grão de bico na preparação de hommus.
Feijão branco é servido com dobradinha e no cassoulet
Não tem como falar em feijão fradinho e não pensar logo em acarajé, o quitute mais amado da Bahia. Seu grão bege, de formato pequeno e arredondado, tem casca fina, sabor frutado e não produz muito caldo. O Norte e o Nordeste são responsáveis por mais de 75% da produção nacional. Ele também é utilizado no tradicional baião de dois, em farofas e saladas.
Além de ingrediente do acarajé, o fradinho pode ser utilizado em saladas
Com massa consistente e caldo grosso, o feijão do tipo jalo é mais popular no estado de Minas Gerais, onde é empregado em receitas como do feijão tropeiro e tutu de feijão. O grão de formato mais alongado e coloração amarelada tem casca fina e sabor suave e amanteigado.
O feijão cavalo é mais conhecido por quem é da região no Sul do Brasil. Com grãos que se assemelham a favas, ele a apresenta coloração marrom-avermelhada. Quando cozido, não gera muito caldo e se mantém firme, por isso, vai bem no preparo de saladas diversas, mas, sendo típico do Sul, é habitual ser servido no acompanhamento de churrascos.
O feijão azuki é comumente chamado de “feijão japonês”, já que a variedade chegou ao Brasil por influência dos imigrantes orientais. O grão pequeno de cor castanho-avermelhada produz um caldo cremoso, podendo substituir o feijão-carioca ou o preto em preparos. Com sabor adocicado, ele também aparece em receitas doces. Isso mesmo, doces! Com ele é feito o anko, uma pasta que serve de base para diversas sobremesas asiáticas tradicionais, mas o grão pode entrar em receitas como brownies e cookies.
Feijão azuki entra no preparo de doces
Finalizamos nossa lista com o feijão rosinha, que já foi muito consumido no Brasil, mas, por ser mais suscetível a pragas e doenças no campo, perdeu espaço para o tipo carioquinha. O grão pequeno e rosado, de casca fina e caldo grosso, tem sabor delicado e faz ótima companhia para o arroz. Ele também é empregado em saladas e vai bem no minestrone, a sopa típica italiana.
Que tal variar seu cardápio aproveitando a diversidade de feijões no Brasil?
*Foto de capa: Feijão preto é o preferido no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul