Rico em minerais, vitaminas, enzimas e aminoácidos e conhecido como um poderoso antioxidante e anti-inflamatório, o mel é largamente utilizado no Brasil como medicamento, e não apenas como alimento.
Sim, o mel tem propriedades medicinais, ao mesmo tempo em que é um delicioso e versátil ingrediente na cozinha. Além de adoçar sucos, chás e vitaminas, ele pode acompanhar queijos, iogurtes e frutas, dar um toque especial no molho da salada e é utilizado em inúmeras receitas doces, como bolos, biscoitos e sorvetes, e salgadas, como carnes e assados.
Apesar de usado como medicamento, mel é um alimento
Segundo a FAO (Organização para a Alimentação e Agricultura) o Brasil é o 11º produtor mundial de mel de abelha, mas com um consumo de apenas 60g per capita ao ano (a média mundial é de 240g). Grande parte da produção nacional tem as exportações como destino.
Contamos com uma grande – e desconhecida por muitos - diversidade de méis (ou meles) no Brasil. A cor, textura, sabor e até o tempo de cristalização do produto mudam de acordo com a planta de onde é extraído o néctar, a localização geográfica da vegetação e, também, a espécie de abelha produtora, que pode ou não ter ferrão.
Méis são produzidos por abelhas com ou sem ferrão
Segundo a A.B.E.L.H.A. (Associação Brasileira de Estudo das Abelhas) são 12 os principais tipos de méis brasileiros. Vamos conhecer alguns deles?
O mel silvestre, encontrado todas as regiões brasileiras, é o mais consumido no país. Não vem de uma única florada, sendo definido como de origem multifloral. Isso torna esta variedade uma surpresa, pois suas características podem variar bastante. A cor, por exemplo, vai do vermelho escuro ao amarelo claro – ressaltando que quanto mais escuro, maior é o teor de minerais apresentado.
O mel de laranjeira é considerado por muitos especialistas como o mais saboroso e agrada bastante os consumidores brasileiros. É um mel de coloração clara, tem aroma suave e sabor com leve toque cítrico. É muito produzido em Minas Gerais e São Paulo.
Cor, textura e sabor variam de acordo com a planta de onde o néctar é extraído
O mel de eucalipto é mais escuro e avermelhado devido a uma alta concentração de ferro. Tem um sabor bastante acentuado e refrescante (não à toa é o mais lembrado na hora da gripe!) e sua maior produção está nas regiões Sul e Sudeste.
O mel da flor de cipó-uva (nome popular da espécie Serjania lethalis), uma trepadeira muito comum na América do Sul, tem coloração bem clara, quase transparente. Seu sabor é floral, suave e agradável e ele pode ser encontrado em todo o país, especialmente em áreas de Cerrado brasileiro.
O mel de uruçu, fabricado pela abelha de mesmo nome (que em tupi significa “abelha grande”), é o primeiro da nossa lista de méis de abelhas nativas sem ferrão. Com mais água e menos dulçor que outras variedades, tem cor clara e amarelada e seu sabor lembra a própolis. A região Nordeste é a responsável por sua produção.
O mel de jataí, mais conhecido no Sul e Sudeste do Brasil, é considerado um mel mais sofisticado. De textura fina e líquida, é claro e, com sabor levemente ácido e fresco, mostra forte potencial gastronômico.
O mel de mandaçaia, produzido por uma abelha típica das regiões da caatinga, tem textura líquida e cor clara, às vezes transparente. Com baixa doçura e levemente cítrico, pode ser usado em saladas, sobremesas e drinks.
Já o mel de borá é uma variedade bastante distinta. Isso, porque essa variedade, produzida na região Sudeste do país, conta com baixo dulçor, sabor levemente ácido e salgado – isso mesmo, salgado! – e aroma que remete a queijo.
*Foto de capa: Brasil tem uma grande variedade de méis