Classificado como Património Mundial pela UNESCO, o Porto combina história, autenticidade e uma gastronomia que valoriza os produtos e tradições locais. Capital da região Norte de Portugal, a Invicta é delimitada pelo oceano Atlântico e pelo rio Douro, que entra no país por entre montanhas e ravinas, atravessando a paisagem vinhateira onde são produzidos os vinhos do Douro e do Porto. Este último, reconhecido internacionalmente, contribuiu de forma decisiva para projetar o nome da cidade no panorama global.
Nos últimos anos, todo o território em torno do Porto tem-se destacado pela sua vibrante cena culinária, que reflete a identidade do Norte do país. Municípios como Matosinhos, Vila Nova de Famalicão e Guimarães funcionam como extensões naturais da vivência nortenha, oferecendo património histórico, tradição gastronómica e uma forte ligação à cultura local. A região distingue-se ainda pelo ambiente urbano acolhedor e pela hospitalidade de quem gosta de partilhar a mesa, os costumes e as suas raízes.

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1. Caminhar pelas ruas do Porto
As ruas do Porto, especialmente na Baixa, são uma das expressões mais vivas da identidade da cidade. Entre a arquitetura histórica, o comércio tradicional e os novos espaços culturais e gastronómicos, caminhar pela Baixa é mergulhar no quotidiano portuense, onde o passado e o presente coexistem de forma dinâmica.Fachadas revestidas a azulejo, varandas de ferro forjado e lojas centenárias compõem um centro histórico que soube reinventar-se sem perder a sua essência. Comece o passeio pela Rua de Santa Catarina, ainda hoje um dos principais eixos de comércio da cidade, e siga pela Rua das Flores, renovada e cheia de vida, onde a tradição se encontra com a modernidade em cafés, galerias e lojas independentes. Daí, vale a pena cruzar a Avenida dos Aliados, marcada pelo seu estilo imponente e pelo papel central que desempenha nas celebrações e manifestações culturais do Porto.
No centro urbano, destacam-se a Livraria Lello, com a sua arquitetura neogótica; o Mercado do Bolhão, com os seus sabores locais, e a Estação de São Bento, com os seus painéis de azulejos que narram episódios da história do país. O passeio termina na Ribeira, junto ao Douro, entre fachadas coloridas e vistas emblemáticas.

2. Comer num restaurante instalado numa quinta do século XIX
A Quinta da Macieirinha, que durante anos acolheu o Solar do Vinho do Porto, ganhou uma nova vida como Antiqvvm — o único restaurante no centro do Porto distinguido com duas Estrelas MICHELIN. Com uma vista privilegiada sobre o rio Douro, este edifício emblemático do século XIX acolhe uma proposta gastronómica que cruza tradição e modernidade.O menu diário apresenta interpretações contemporâneas de pratos clássicos portugueses, baseadas em produtos frescos e sazonais. A carta de vinhos reflete a criatividade do chef Vítor Matos, num equilíbrio entre sofisticação e identidade. Neste ambiente histórico e elegante, a experiência de degustação inclui momentos de cozinha em direto e sabores com assinatura de autor.
3. Visitar o Castelo de Guimarães
“Aqui nasceu Portugal”, pode ler-se em letras garrafais num dos muros do centro histórico de Guimarães. Conhecida como terra natal de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, a cidade orgulha-se da sua herança histórica — com destaque para o Castelo de Guimarães, um dos mais emblemáticos do país. Construído na segunda metade do século X, terá sido erguido para proteger o mosteiro vizinho de ataques externos. Originalmente em madeira, foi transformado ao longo dos séculos até ganhar a estrutura atual, com oito torreões e uma imponente torre de menagem. Desempenhou um papel estratégico em episódios como a Guerra Civil de 1321-24 e, já no século XVI, chegou a servir como prisão. Classificado como Monumento Nacional em 1881, o castelo foi restaurado no século XX e é hoje um dos maiores símbolos da história medieval portuguesa.
4. Passear de barco pelo Douro…
O rio Douro adquiriu grande importância histórica em Portugal por permitir não só a navegação dos habitantes, mas sobretudo o transporte de um dos maiores bens da história do país: o vinho do Porto. Durante séculos, foi a principal via de transporte deste produto, desde as quintas do interior até às caves de envelhecimento em Vila Nova de Gaia, na margem oposta à cidade do Porto. Esse percurso era feito nos emblemáticos barcos rabelos, embarcações tradicionais de fundo chato, adaptadas às correntes e aos perigos do rio antes da construção das barragens. Mais do que um meio de transporte, os rabelos tornaram-se um símbolo da ligação entre o território duriense e o sucesso comercial do vinho do Porto, ajudando a consolidar a importância do Douro como eixo vital da região vinhateira. Hoje, diversos operadores oferecem passeios pelo histórico rio, seja para explorar o Douro mais a fundo, seja para simplesmente atravessar de uma margem à outra.
5. …e comer com vista para o rio
À beira do Douro, junto ao cais de Vila Nova de Gaia, encontra-se o elegante Vinha Boutique Hotel, uma charmosa mansão do século XVI. É ali que está localizado o Vinha, restaurante com uma Estrela MICHELIN, liderado pelo chef residente Jonathan Seiller e com consultoria de Henrique Sá Pessoa, um dos mais consagrados chefs portugueses — à frente do Alma, distinguido com duas Estrelas MICHELIN, em Lisboa.O menu inspira-se na cozinha portuguesa, mas incorpora influências internacionais, sobretudo asiáticas. A aposta em ingredientes sazonais traduz-se em elaborações sofisticadas, disponíveis à carta ou num menu de degustação intitulado Identidade, com duas opções de harmonização vínica. Entre os pratos em destaque, sobressaem a Sapateira com vieira e caviar e a Caldeirada de peixe e mariscos, um clássico reinventado com uma abordagem mais gastronómica. O espaço distingue-se ainda pela decoração requintada, onde se destacam duas jarras chinesas e mármore esmeralda importado do Brasil.
6. Degustar vinhos numa cave histórica do vinho do Porto
As Caves Ferreira situam-se nas margens do rio Douro, no centro histórico de Vila Nova de Gaia, num vasto edifício cujas origens remontam ao início do século XVIII. Entre os seus muros, preserva-se a memória da marca Porto Ferreira, fundada em 1751 e profundamente ligada à região do Douro. Destaca-se a figura de Dona Antónia Adelaide Ferreira, uma das personalidades mais influentes na trajetória do vinho do Porto. Durante a visita, é possível conhecer os processos de produção e envelhecimento dos vinhos, bem como o legado mantido pela Sogrape, que convida cada visitante a fazer parte desta história viva.
7. Jantar num restaurante desenhado por um Pritzker
Construída sobre os rochedos da Praia da Boa Nova, em Leça da Palmeira, a apenas dois metros do mar, a Casa de Chá da Boa Nova é uma das obras mais emblemáticas do arquiteto Álvaro Siza Vieira, o primeiro português distinguido com o Prémio Pritzker. Projetado em 1958 e classificado como Monumento Nacional, o edifício mantém o mobiliário e a decoração original desenhados pelo próprio arquiteto.No seu interior funciona o restaurante gastronómico Casa de Chá da Boa Nova, liderado pelo chef Rui Paula e distinguido com duas Estrelas MICHELIN. A sua proposta assenta numa cozinha de autor centrada no mar, com ementa à la carte e um menu de degustação dividido em “Cantos”, que faz referência direta a Os Lusíadas, de Luís de Camões, e explora ingredientes atlânticos e técnicas contemporâneas. A proximidade ao oceano e a paisagem deslumbrante reforçam o caráter singular deste espaço no panorama gastronómico do Norte de Portugal.
8. E almoçar num antigo estábulo em Famalicão
O chef Renato Cunha escolheu a pequena Vila Nova de Famalicão para abrir o Ferrugem, um restaurante Recomendado pelo Guia MICHELIN, que é um tributo à tradição da gastronomia portuguesa — aqui, apresentada com respeito, muita técnica e apuro. Instalado num antigo estábulo, com uma decoração que une o rústico ao moderno para preservar a identidade do espaço, Cunha oferece uma cozinha tradicional com toques atuais que aposta nos produtos minhotos autóctones e provenientes da agricultura sustentável. A oferta contempla opções à la carte e três menus de degustação — Ferrugem, Recortes de Portugal e Minho —, bem como alternativas vegetarianas. Entre as iguarias, incluem-se a Feijoada de cogumelos e feijões branca, a Canja de galinha com animal de raça autóctones amarela, a Cabidela de peixe-galo e a imperdível Pera rocha regada com vinho do Porto.