Comendo fora 2 minutos 31 Janeiro 2020

Mais fruta, por favor!

As frutas nativas caíram no gosto de chefs estrelados e brilham em pratos salgados e doces

Frutas aparecem sempre nas sobremesas, certo? Sim e não! Elas fecham, sim, a refeição com chave de ouro, mas também podem brilhar nas entradas e nos pratos principais. E, em um país como o Brasil, farto no cultivo e oferta de frutas, as nativas vêm ganhando cada vez mais espaço nos menus de vários restaurantes.

Confira, abaixo, sete restaurantes indicados pelo Guia MICHELIN que dão holofote às frutas nativas - as nascidas e criadas em solo brasileiro, como açaí, cajá, caju, jabuticaba, umbu... A lista é longa!


Sopa fria de jabuticaba com lagostim ao vapor, do Maní (Foto: Roberto Seba)

Maní
A chef Helena Rizzo impressiona paladares justamente por valorizar os ingredientes brasileiros em seus pratos - uma das razões pelas quais o Maní é detentor de uma estrela Michelin. Pelo salão bem decorado e pelo jardim aconchegante, desfilam pratos salgados que exaltam frutas nativas. O bombom de queijo de cabra defumado, por exemplo, vem com cupuaçu. Outras boas opções de entrada são o ceviche de caju com raspadinha de cajuína e cachaça e a sopa de jabuticaba, servida fria, com lagostim no vapor de cachaça, picles de couve-flor e amburana.

Olympe
A fórmula que mistura cozinha francesa de autor e produtos brasileiros dá muito certo - na verdade, dá tão certo que o Olympe, no Rio de Janeiro, é detentor de uma estrela Michelin. O chef Thomas Troisgros utiliza frutas nativas tanto nas receitas salgadas quanto nas doces. O bife ancho, por exemplo, vem com vinagrete de juçaí mais abóbora e farofa panko cacau. Já o canon de cordeiro é preparado na crosta de açaí e acompanhado de nhoque de aipim e soro de leite com especiarias. Quer um doce? Vá de macarron de castanha-do-Pará, cupuaçu, chocolate e sorvete de baunilha.

Fitó
A chef Cafira Foz serve boas receitas do Piauí no Fitó, em São Paulo, que está na lista dos restaurantes Bib Gourmand. Para começar, tem bolinho de pirarucu - só o peixe típico da bacia amazônica já atestaria a brasilidade da receita, mas a porção ainda vem com açaí temperado e chips de mandioca. Na etapa principal, brilha a coxa com sobrecoxa de frango, marinadas no tucupi preto e especiarias. Elas são assadas com geleia de taperebá (também conhecido como cajá) e servidas com folha de couve refogada e batata-doce.

Balaio IMS
No térreo do Instituto Moreira Salles, na avenida Paulista, o chef Rodrigo Oliveira serve suas ótimas receitas com sabores bem brasileiros no Balaio IMS, restaurante Bib Gourmand. E, por ali, as frutas nativas também têm vez. Dá para começar, por exemplo, com o ceviche de beijupirá, coco fresco e leite de umbu. Sucesso absoluto e um dos pratos mais pedidos no Balaio, a moqueca vegetariana é feita à base de caju. Leva ainda palmito e banana-da-terra e vem acompanhada de arroz vermelho e farofinha de biju.


Moqueca vegetariana, com caju, banana-da-terra e palmito, do Balaio IMS (Foto: Divulgação)

Tordesilhas
São poucos os chefs que exaltam os produtos brasileiros como Mara Salles. No seu Tordesilhas, restaurante Bib Gourmand, ela prepara receitas tipicamente brasileiras, especialmente com sabores da região Norte. O taperebá, ou cajá, está no molho da salada de folhas orgânicas, pupunha e laranja Bahia. Na etapa da sobremesa, tem sorvete de cupuaçu com banana assada e calda de cítricos.

Vista
No topo do Museu de Arte Contemporânea, e com vista para o Parque Ibirapuera, o chef Marcelo Corrêa Bastos combina bons drinques a pratos com sotaque bem brasileiro, como o pato no tucupi com jambu e o arroz de frutos do mar. Mas receitas com frutas nativas também aparecem no salão, com decoração clean e moderna, ou no extenso terraço. É o caso da dupla de tacos de cordeiro, que vem acompanhada de chimichurri de cambuci, e do terrine de foie gras com compota de cajá-manga.

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