Um jantar memorável vai além da comida servida. Há uma série de fatores que fazem toda a diferença e entre eles está o cuidado com o empratamento. Quanto mais sofisticado o universo gastronômico, mais criativa e inovadora deve ser a apresentação. A disposição dos alimentos está para o prato como as cores estão para um quadro como as notas musicais estão para uma canção. E quando o sabor e a estética se juntam, o resultado, com certeza, será notável, como uma verdadeira obra de arte.
A seguir, confira sete restaurantes recomendados pelo Guia MICHELIN, que combinam arte e sabor com maestria.
Biscotti (O Prato MICHELIN)
Os pratos nesse restaurante, que há quase 20 anos é um dos mais populares de Bangkok - com mesas concorridas inclusive às segundas -, assemelham-se a obras de arte. Mérito do empratamento, que é pensado em seus mínimos detalhes. Na batuta da cozinha, o chef Andrea Buson não só dá prosseguimento ao legado do Biscotti, preparando receitas consagradas como a focaccia com mascarpone e azeite trufado e o ravioli de ossobuco, como também põe sua criatividade à prova. Inspirado, seu prato com salmão selvagem, pistache do Bronte, tomates-cereja sicilianos e batatas-roxas consiste em um filé do peixe sobre cama de pesto de pistache (no lugar do corriqueiro manjericão), cercado pelos tomates secos ao sol e pelos cubos de batata assada - um prato ao mesmo tempo simples, criativo e delicioso.
Bunker (O Prato MICHELIN)
A chamada nova “cozinha americana” do Bunker é quase como uma tela em branco para o chef Arnie Marcella. Em suas obras de arte, ele usa influências culinárias do oriente e do ocidente, e os ingredientes, cuidadosamente selecionados, são a base para suas criações. Sua ampla experiência em reproduzir clássicos aliada e o talento para criar receitas próprias, garantem um cardápio repleto de técnicas apuradas e sabores arrojados. As costelinhas de porco Ma-La são temperadas com condimentos da Tailândia, enquanto o Bun com bacon defumado tem influência taiwanesa. Peça o menu-degustação para explorar melhor a criatividade do chef.
Indus (O Prato MICHELIN)
A cultura indiana é exaltada pela diversidade de sua arte, rica em detalhes, cores fortes e arrojadas, e formas únicas. Sua culinária também compartilha as mesmas influências e é caracterizada, principalmente, pelas especiarias, pimentas e por formas específicas de preparo. No Indus, a cozinha tradicional marca presença em deliciosos kebabs e cozidos com curry. Recentemente, o restaurante lançou um ousado menu-degustação, com diversas etapas em porções consideravelmente reduzidas (tipo de serviço que não é comum no país). Em vez de um menu futurista, cheio de técnicas moleculares, o chef Amit Kumar consultou o doutor Pushpesh Pant, renomado historiador indiano, em busca de receitas de extintas comunidades históricas do rio Indo. Como resultado, os pratos oferecidos na degustação levam os comensais para uma jornada ao longo do lendário rio.
Namsaah Bottling Trust (O Prato MICHELIN)
O brilho e as cores vibrantes da fachada dão ao restaurante um ar de descontração, que se mantém no interior do salão que mistura diversas influências culturais. Destaque para os itens antigos garimpados de uma residência real, de um quartel general e de uma fábrica de refrigerantes. A descontração vai adiante no menu de opções pan-asiáticas revisitadas e recriadas, como o tartare de salmão em molho apimentado, servido em trouxinhas de wonton, e o Tangerine Chicken, versão do clássico frango oriental com laranja, preparada com suco de tangerina, pimenta e açúcar de palma. Os drinques da carta, alcoólicos e não-alcoólicos, têm influências asiáticas.
Sensi (O Prato MICHELIN)
Se a ideia é falar sobre esse restaurante com um viés artístico, daria para dizer que o chef Stefano Merlo é como um artista veterano que optou por se afastar da área urbana para executar sua arte. O Sensi fica dentro da cidade, porém numa área tranquila o bastante para possibilitar apreciação de seu trabalho sem interferências. Repare no apelo de sua salada caprese: a mozarela de búfala chega à mesa em forma de mousse, com molho de tomate, um pouco de pesto na base e uma folha de gelatina de tomate no topo. Mas sua criatividade não se limita ao empratamento. O Spaghetti Gentile in Tomato Water traz o macarrão cozido em água clarificada de tomate. Um aroma agradável e uma acidez sutil penetram na massa, enquanto o queijo stracciatella e o manjericão adicionam sabor e textura.
The Dining Room at the House on Sathorn (O Prato MICHELIN)
Desde sua abertura, há alguns anos, o The Dining Room at the House on Sathorn se esmera na apresentação dos pratos e sua comida é considerada uma mais bonitas da cidade. Já no primeiro cardápio do chef Fatih Tutak’s, o cuidado com o empratamento já era uma constante na cozinha. Sua comida típica é apresentada em formas delicadas, dos petiscos - repare no Besikas to Kadikoy, uma bolacha recheada com foie gras, tahine e geleia de figo - às sobremesas, como é o caso do cheesecake em formato de queijo. O menu Signature Journey é rico em detalhes que expressam a criatividade e a alma artística do chef.
Theo Mio (O Prato MICHELIN)
Comandado pelo celebrado chef Theo Randall, o restaurante presta tributo à simplicidade, com um serviço simpático e honesto. Em um salão com terraço e cozinha aberta, oferece pratos como os cappelletti de vitelo com molho de cogumelos Porcini - simplicidade em forma de massa caseira recheada e dobrada cuidadosamente à mão, uma por uma. A experiência fica completa com a barra de chocolate que chega à mesa em um prato de madeira, com um pequeno martelo.