Travel 5 minutos 15 Outubro 2024

2 dias em Coimbra

Conheça a cidade dos estudantes de uma ponta a outra e anote as nossas sugestões de sítios para passear, comer e dormir.

É a chamada terra dos estudantes, de reis e dos poetas, onde o conhecimento e a boémia andam de mãos dadas e os dias se colam às noites. Coimbra é a cidade do Mondego, dos clubes de futebol históricos, do Fado com guitarra e voz própria, do amor de Inês de Castro e D. Pedro, e de encantos a todas a horas — não apenas na despedida, como diz a letra de Fernando Machado Soares. Fique a conhecer a cidade com as nossas sugestões de coisas para fazer, com as melhores referências gastronómicas e com os hotéis ideais para uma noite descansada.


Dia 1: Um passeio pelo centro histórico

De manhã

Acorde pela fresca e tome o pequeno-almoço na pastelaria Vénus, de portas abertas desde 1989 e conhecida pela variedade e qualidade da oferta. Vá, a seguir, até ao Mercado D. Pedro V, e fique a saber o que o mar e a terra lhe reservaram para este dia. Renovado recentemente, o espaço passou a estar dividido entre frutas, hortaliças e peixes, de um lado, e uma zona de restauração, conhecida como Praça do Mercado, do outro.

Passe depois pelo Mosteiro de Santa Cruz, nas margens do rio Mondego, onde se destacam os túmulos de dois ilustres reis portugueses: D. Afonso Henriques e, o seu filho, D. Sancho I. Por perto encontra o Edifício Chiado - Museu da Cidade de Coimbra, um bonito exemplar da arquitetura do ferro, com a fachada pontuada por trabalhadas grelhas vermelhas, e uma programação diversificada, que vai da pintura à cerâmica.

O interior do Mosteiro de Santa Cruz. Além de aqui estarem sepultados os dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I, foi a escola onde estudou Fernando Martins de Bulhões, mais conhecido por Santo António de Lisboa © Rudolf Ernst/iStock
O interior do Mosteiro de Santa Cruz. Além de aqui estarem sepultados os dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I, foi a escola onde estudou Fernando Martins de Bulhões, mais conhecido por Santo António de Lisboa © Rudolf Ernst/iStock

Comida

Almoce no O Palco, espaço que concentra em si “a alma da região”. Aqui abrimos um grande parêntesis para recomendar o documentário que está no site do restaurante. São 57 minutos dedicados aos produtores que abastecem a cozinha do chef Marco Almeida, toda ela assente nos princípios do km 0. De Isabel Ribeiro, de Cantanhede, responsável por semear e cozer tremoços, a Alexandrino Amorim, das Caves de São Domingos, passando por criadores de ostras ou caracóis, o palco é dado aos produtores localizados num raio de 100 quilómetros do local — a distância exata encontra-se discriminada na carta (por exemplo: Arroz Doce, Arlindo Cantante, 45km). É possível optar por 5, 7 ou 10 pratos (ou cenas, como lhes chamam), incluindo um menu para vegetarianos e outro para crianças (de salientar que existem duas opções para bebés na ementa).

Neste Palco, os menus estão divididos em três Actos, que, por sua vez, podem ter 5, 7 ou 10 pratos (ou cenas) © Black Monster Media/ Palco
Neste Palco, os menus estão divididos em três Actos, que, por sua vez, podem ter 5, 7 ou 10 pratos (ou cenas) © Black Monster Media/ Palco

À tarde

Aproveite a tarde para conhecer um dos museus mais importantes do país, cujo nome homenageia um conhecido escultor local, o Museu Nacional Machado de Castro — entalado, já agora, entre a Sé Velha e a Sé Nova da cidade, também elas merecedoras de visita. Este museu é formado por três edifícios que ligam a História: um criptopórtico romano do século I, um antigo paço episcopal iniciado entre os séculos XI e XII e um edifício moderno, assinado por Gonçalo Byrne e concluído em 2012. Guarda alguns dos mais belos exemplares de joalharia portuguesa, incluída a coleção da Rainha Santa Isabel.

Perto fica o polo universitário com a famosa Torre da Universidade (conhecida como “A Cabra”, com quase 34 metros de altura), e a lindíssima Biblioteca Joanina, mandada construir por D. João V (e de visita obrigatória!). Não perca a oportunidade de lanchar no Café Santa Cruz e pedir um Crúzio, um doce exclusivo deste espaço centenário coimbrão.

Fundada em 1290, a Universidade de Coimbra é uma das mais antigas do mundo. Aqui vê-se o Paço das Escolas com a famosa Torre da Universidade © LeoPatrizi/iStock
Fundada em 1290, a Universidade de Coimbra é uma das mais antigas do mundo. Aqui vê-se o Paço das Escolas com a famosa Torre da Universidade © LeoPatrizi/iStock

Jantar e noite

Após calcorrear pela cidade universitária, aproveite para jantar no MA, um sofisticado restaurante de cozinha japonesa liderado pelo chef Ricardo Casqueiro. Um espaço lindíssimo, onde o bom gosto e a simplicidade imperam, com atenção aos detalhes dentro (mas também fora) do prato. O respeito pela sazonalidade é o mantra deste omakase de 12 lugares ao balcão e 18 na sala, que surpreende com pratos singulares como um merengue de dashi e sake com chu-toro maturado e caviar. Aqui tudo se aproveita, da cabeça às espinhas.

Aberto apenas ao jantar, o MA é um restaurante de inspiração japonesa que serve um menu omakase a cargo do chef Ricardo Casqueiro © Ricardo Catarro/MA
Aberto apenas ao jantar, o MA é um restaurante de inspiração japonesa que serve um menu omakase a cargo do chef Ricardo Casqueiro © Ricardo Catarro/MA

Termine a noite no rooftop com vista de 360.º sobre a cidade do Sapientia Boutique Hotel, — é mandatório ter um bom vinho ou um cocktail de autor na mão —, e, mais tarde, descanse num dos seus 22 quartos. Nomeados segundo as principais figuras literárias do país, como Eça de Queirós, Fernando Pessoa ou Ramalho Ortigão, por exemplo, os quartos caracterizam-se por uma decoração moderna e ampla luminosidade. O pequeno-almoço, que reúne alguns dos melhores produtos da região, é muito tentador!

O Sapientia Boutique Hotel oferece um rooftop com vista de 360.º sobre a cidade © Sapientia Boutique Hotel
O Sapientia Boutique Hotel oferece um rooftop com vista de 360.º sobre a cidade © Sapientia Boutique Hotel

Dia 2: Atravesse o rio Mondego

De manhã

Se na véspera iniciou o dia com um pequeno-almoço mais tradicional, hoje recomendamos um brunch mais moderno, daqueles que ficam bem no estômago e no Instagram. O Kaju Brunch abriu portas no verão do ano passado e serve pratos caseiros (até a granola é feita na casa) para todos, incluindo sugestões veganas, sem lactose ou glúten. Com o pequeno-almoço tomado, aproveite para fazer uma caminhada até ao Convento de São Francisco, antigo complexo religioso tornado Centro Cultural e de Congressos. Palco de exposições, concertos e eventos temáticos, guarda no interior uma livraria, a Bruaá, com uma seleção exemplar de livros de editoras nacionais e internacionais, dedicadas à ilustração, arte e design.

O Convento de São Francisco já foi hospital e quartel, mas em 2016 reinventou-se e reabriu como centro de artes e congressos © The Gift 777/iStock
O Convento de São Francisco já foi hospital e quartel, mas em 2016 reinventou-se e reabriu como centro de artes e congressos © The Gift 777/iStock

Comida

Dê um salto ao centro histórico para almoçar no Solar do Bacalhau (Bib Gourmand), um luminoso restaurante de dois pisos dedicado ao fiel amigo da gastronomia portuguesa. A carta inclui mais de dez maneiras de confecionar o bacalhau, como à Lagareiro, à Brás, assado no forno, com alheira de caça ou em caldeirada, sem esquecer a versão pataniscas ou bolinhas com arroz e feijão. No campeonato das carnes, destaque para a Posta de alcatra à Solar e o Tornedó com cogumelos selvagens.

O fiel amigo da gastronomia portuguesa está em destaque no Solar do Bacalhau © Pedro/Solar do Bacalhau 
O fiel amigo da gastronomia portuguesa está em destaque no Solar do Bacalhau © Pedro/Solar do Bacalhau 

À tarde

Com ou sem filhos, aproveite a tarde para visitar o Portugal dos Pequenitos, um parque temático que funciona como uma cápsula do tempo. Nele encontrará casas regionais, mas também monumentos icónicos da história portuguesa aquém e além-mar. Algumas delas são visitáveis por dentro, fazendo as delícias dos mais pequenos. Mesmo ao pé encontra os Mosteiros de Santa Clara-a-Velha e de Santa Clara-a-Nova, e o eternamente romântico jardim da Quinta das Lágrimas, palco do amor proibido entre o príncipe D. Pedro e a aia galega D. Inês de Castro. Reza a lenda que das suas lágrimas brotou a fonte que lá existe.

A Quinta das Lágrimas foi palco dos encontros entre D. Pedro e D. Inês de Castro. Atualmente, é um hotel com spa, duas piscinas e um restaurante de fine dining © saiko3p/iStock
A Quinta das Lágrimas foi palco dos encontros entre D. Pedro e D. Inês de Castro. Atualmente, é um hotel com spa, duas piscinas e um restaurante de fine dining © saiko3p/iStock

Jantar e noite

Vale a pena fazer a viagem até Cantanhede para jantar no Marquês de Marialva (Bib Gourmand), um clássico que abriu portas em 1975 — e que pediu o nome emprestado a um dos nobres que mais se notabilizou na Guerra da Restauração, D. António Luís de Menezes. Agora a restauração é outra e assenta numa cozinha tradicional portuguesa de exímia feitura, com destaque para o que se produz na Bairrada e zona envolvente. Chanfana à Bairrada com verduras, Rojões à Marquês e Bacalhau à Lagareiro com batatas a murro são alguns dos pratos que poderá pedir, acompanhados por um vinho ou espumante da região.

O Marquês de Mirialva oferece uma cozinha tradicional portuguesa de exímia feitura © Ricardo Guerra/Marquês de Marialva
O Marquês de Mirialva oferece uma cozinha tradicional portuguesa de exímia feitura © Ricardo Guerra/Marquês de Marialva

A cerca de meia hora, encontra o pouso perfeito para este périplo de dois dias, o Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel. A ligação com a histórica Vista Alegre vai além do nome: é na sua envolvência que fica a antiga fábrica da conhecida marca de cerâmicas, agora convertida em museu, com exposições dedicadas à sua história e workshops de olaria, pintura e porcelana. O hotel de luxo fica nas margens da ria de Aveiro, conhecida por “Veneza de Portugal”, e tem 162 tipologias de alojamento, entre quartos, suítes e apartamentos, distribuídos por três áreas distintas. Uma nota: aceita amigos de quatro patas.

Com vista para o rio Boco e para a ria de Aveiro, o Monte Belo Vista Alegre Ílhavo Hotel conjuga a hotelaria com a história da mais conhecida marca de cerâmica nacional © Monte Belo Vista Alegre Ílhavo Hotel
Com vista para o rio Boco e para a ria de Aveiro, o Monte Belo Vista Alegre Ílhavo Hotel conjuga a hotelaria com a história da mais conhecida marca de cerâmica nacional © Monte Belo Vista Alegre Ílhavo Hotel

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Imagem de capa: a cidade de Coimbra é atravessada pelo Mondego, rio que nasce na Serra da Estrela e desagua na Figueira da Foz © LuisPinaPhotogrpahy/iStock

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Tarifas em EUR para 1 noite, 1 hóspede
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