Eaton DC

Finalmente conseguiremos terminar a resenha de um hotel de Washington, D.C sem qualquer comentário espirituoso sobre o conservadorismo estético da capital norte-americana. Esse tipo de crítica não se aplica ao Eaton Hotel. Ele não é apenas o hotel mais descolado de Washington, mas também um dos hotéis boutique mais impressionantes de todos os EUA. Isso se deve em grande parte ao fato de sua fundadora, Katharine Lo, não ser adepta de meias-medidas.
Nascida em Hong Kong e educada em Yale, Katharine é filha do presidente do grupo Langham, portanto, as noções básicas da hospitalidade de alto luxo fazem praticamente parte de sua natureza. O que faz o Eaton especial é todo o resto, desde seus interiores assumidamente boêmios à sua posição ainda mais assumida em defesa de justiça social — uma raridade em DC, este é um hotel que expressa seu posicionamento político livre e orgulhosamente. Embora esta postura possa afastar alguns clientes de um lado do espectro político, ativistas progressistas (e turistas simpatizantes da causa) se sentirão em casa, assim como os amantes da cultura e das artes.
Missão à parte, o Eaton é simplesmente um hotel boutique de luxo de primeira classe, desde o toca-discos com conexão Bluetooth aos frigobares estocados com produtos locais — sem mencionar o centro de bem-estar que, além de ioga e meditação, oferece reiki, acupuntura e outras práticas que exploram a espiritualidade Michele's é o nome do restaurante de inspiração francesa dirigido por Matt Baker, chefe renomado da região. Já o Baker's Daughter serve cafés em linha com o movimento da terceira onda e bebidas aiurvédicas. O Allegory é um espaço inspirador com uma lista de coquetéis bastante criativos. E, para a cereja do bolo, o Wild Days é o atrativo mais inesperado de um hotel de DC: um espaço musical, localizado na cobertura, que serve de palco para atrações locais e nacionais.