Sanderson

Apesar de ser um prédio histórico tombado, o prédio comercial que abrigava a empresa de tecidos Sanderson não é a fachada mais elegante para um hotel boutique fino. Os interiores, contudo, encontram Starck e Schrager em forma rara, elevando seu apelo para se sobressair neste incrivelmente competitivo mercado da hotelaria. Apesar de um pouco limitado pela condição de patrimônio histórico (a começar pelo nome, mantido, já que a velha placa Sanderson teve que ficar), eles criaram o que pode ser o ambiente mais urbano e elegante de todos os tempos.

Os apartamentos têm um plano aberto, com aquele que é um dos truques favoritos de Starck, o banheiro panóptico (pequena janela que te permite ver o que está se passando no restante da acomodação enquanto você toma banho). Então, prepare-se para conhecer seu companheiro de viagem muito bem até o fim de sua estadia aqui. No entanto, se a disposição geral é ultramoderna, o mobiliário em si é mais histórico, com camas em formato de trenó, telas a óleo no teto, assim como tapetes com estampas de cartas de Voltaire ampliadas. O resultado é mais excêntrico que o típico quarto Starck, ainda que talvez um pouco mais sutil em execução.

No piso inferior, não se admitem apostas, desde o sofá em forma de lábios inspirado na obra de Dalí até o Long Bar, de ônix reluzente, e o Agua Bathhouse, que conduz a um território branco ao estilo Kubrick onde os apartamentos de hóspedes não se atreveram a entrar. Mas não se preocupe, na realidade ele tem um efeito relaxante se você estiver pensando no paraíso (a intenção do designer) e não em uma Laranja Mecânica. O restaurante do Sanderson, localizado próximo ao Long Bar, serve pratos da culinária continental moderna, além de pratos britânicos clássicos. Tudo isso em um ambiente tipicamente teatral. Qualquer inovação de Schrager tem a pretensão de ser o centro das atenções; o Sanderson não é diferente e, como sempre, ele consegue.