Satoyama Jujo

Quanto aos locais ao estilo Miyazaki, você não pode fazer muito melhor do que a Província de Niigata, que abriga uma parte considerável dos chamados Alpes Japoneses e um suprimento correspondentemente saudável de vistas alpinas. O Satoyama Jujo, escondido nas profundezas dessa encantadora paisagem montanhosa, combina a sensibilidade de uma boutique ecologicamente consciente com a tradição secular da região kominka: casas rurais com estrutura de madeira projetadas para resistir aos rigorosos invernos locais, mantendo luminosidade, simplicidade e tranquilidade características do clássico design de interiores japonês. Esta síntese - parte chalé, parte resort, parte retiro de águas termais - mais do que compensa a relativa reclusão (e os vários metros de queda de neve sazonal, que podem ou não ser atraentes).

Satoyama, caso você esteja se perguntando, conota valores tradicionais de administração onde as povoações humanas encontram as montanhas, uma prática sustentável que se esforça para manter a terra arável e a biodiversidade em igual medida. É uma rica variedade de florestas gerenciadas, pastos, arrozais e habitats de zonas úmidas - em outras palavras, a propriedade de onde o hotel retirou seus materiais e seu sustento em uma vida anterior. A decoração do enorme lobby exibe orgulhosamente essa proveniência, ostentando uma intrincada rede de vigas de olmo asiático com acabamento em laca japonesa. Na verdade, uma variedade inebriante de madeiras se revezam por todo o hotel, um pano de fundo que rivaliza com as muitas gravuras, esculturas e objetos de design (há uma reverência palpável pelo design aqui, como evidenciado pelos móveis provenientes de nomes como Isamu Noguchi e Finn Juhl).

Toru Iwasa, o hoteleiro renascentista por trás das reformas do Satoyama Jujo, funde a arquitetura folclórica japonesa com os destaques escandinavos, cuja ideia é bem-sucedida através de princípios compartilhados de artesanato robusto, elegância, uma sensação de espaço respirável e minimalismo descontraído. As lanternas de papel, usadas com moderação em vez do kitsch, conferem um ar meio festivo e meio ritualístico, contrastando lindamente com as superfícies de madeira escura. O efeito é mais pronunciado no lounge do mezanino, que antigamente era o local das operações do bicho-da-seda, onde são servidas bebidas alcoólicas gratuitas a partir das 19 horas. O Sanaburi, o restaurante, oferece jantares com harmonização de vinhos e pratos, incorporando toques deliciosos da culinária do Sri Lanka e da Índia em pratos preparados localmente. Não vá embora sem experimentar o saquê; Niigata é justamente famosa por ele.

Há apenas doze quartos disponíveis, incluindo duas suítes em estilo maisonette. Mais do que isso e sentimos que estariam a sacrificar a serenidade essencial da experiência. Prevalece uma filosofia abstrata washitsu - chão de tatami, muita luz natural através de janelas enormes e um senso de espaço hiperdesenvolvido - embora, sendo isto o Japão, você não sofrerá com a falta de wi-fi ou de telas planas. Há muitos toques atenciosos e gratificantes: bebidas gratuitas no frigobar, edredons franceses, um aquecedor de toalhas e bolo e chá de ervas em porcelana Imari requintada à chegada. Não procure mais o local perfeito para escrever um ou dois capítulos de seu romance ou para recarregar as baterias - depois de um longo banho de água quente, é claro.

Atenção: O Satoyama Jujo não recebe crianças com menos de 12 anos.