Fique por dentro 2 minutos 14 Janeiro 2020

Passos valiosos a caminho da sustentabilidade

Escolha melhor os ingredientes, evite o desperdício e prefira materiais reutilizáveis - descubra o que é preciso fazer (em casa e no restaurante) para adotar um estilo de vida mais sustentável

A sustentabilidade tornou-se o foco da indústria alimentícia nos últimos anos. Com problemas ambientais crescentes, como o aquecimento global e o consequente aumento do nível do mar, especialistas alertam para a alta nas emissões dos gases do efeito estufa.

Segundo relatório publicado pela World Meteorological Organization (organização que analisa as condições meteorológicas no mundo), a emissão de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, entre outros gases, atingiu o seu recorde em novembro passado. A má notícia é que a produção de alimentos - com destaque para a agropecuária - também é responsável por esse aumento.

Justamente por isso, a temática tem ganhado força entre chefs do mundo todo nos últimos anos. Além de prestar atenção na procedência dos ingredientes, dando preferência a produtores agrícolas sustentáveis e pescados certificados, eles têm mudado, inclusive, alguns de seus hábitos culinários.

Um tema tão em voga que na última edição do Guia MICHELIN nos Países Nórdicos, publicada em 2019, foi criado o Sustainability Award, que premiou o restaurante Credo (uma estrela MICHELIN), na Noruega,por suas impressionante práticas ecológicas, que inclui parceria com uma fazendo biodinâmica local para comprar de ingredientes.

Confira a seguir alguns passos que você também pode dar na rotina diária para uma alimentação e um estilo de vida mais sustentável.


Incorpore mais vegetais à sua dieta

Cerca de um quarto das emissões de gases do efeito estufa no mundo advém da produção de alimentos. Desse montante, boa parte vem de produtos de origem animal, com destaque para algumas espécies.

Pensando nisso - e também no aumento da clientela vegana - restaurantes indicados pelo Guia MICHELIN passaram a incluir em seus cardápios opções caprichadas de pratos sem nenhum ingrediente de origem animal. Confira aqui uma lista de paulistanos e cariocas que adotaram essa ideia.

Fique de olho na origem dos pescados

De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, no ano passado, o consumo de pescados atingiu uma taxa recorde - foram 20,2 kg registrados por pessoa, muito acima dos 9 kg relatados em 1961.

Antes de levar peixes e frutos do mar para casa, preste atenção na origem desses ingredientes - na hora da compra, busque os selos de certificação de organizações reguladoras.

No âmbito dos restaurantes, chefs como César Costa, do Corrutela, Rafael Costa e Silva, do Lasai, Dagoberto Torres, do Barú Marisqueria, entre outros, mantém contato direto com fornecedores artesanais de peixes e frutos do mar que adotam práticas sustentáveis de pesca.

Vá de orgânicos

As práticas da agricultura orgânica exercem impacto muito menor ao meio ambiente, já que não utilizam pesticidas (apenas métodos naturais de controle de pragas) nem fertilizantes sintéticos, que podem contaminar o solo e o lençol freático.

De acordo com um estudo financiado pelo Departamento Britânico de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais, fazendas orgânicas consomem 74% menos energia do que as propriedades agrícolas tradicionais.

Ponto para restaurantes como os paulistanos Tuju, Mocotó e Komah, além do carioca Lasai, que além de darem preferência a fornecedores orgânicos, ainda mantém hortas próprias (orgânicas e locais) para abastecer suas despensas. Veja mais detalhes aqui.

Diga não aos canudos (e a outros itens descartáveis)

Da próxima vez que pedir um suco, um refrigerante ou um drinque, lembre-se de recusar o canudo de plástico. Troque por versões reutilizáveis, feitas de aço inoxidável, bambu ou silicone - quem é prevenido (e sustentável) carrega o seu próprio canudo na bolsa.

Segundo dados divulgados pela National Geographic, estima-se que 500 milhões de canudos de plástico sejam usados todos os dias no mundo todo - boa parte disso vai parar nos oceanos (80% do lixo marinho é formado por plástico). Convém evitar também outros itens descartáveis, como sacolas, talheres (recuse se não precisar usar) e tampas para copos.

No Bib Gourmand Komah, de cozinha coreana, além da inexistência dos canudos plásticos, a casa também substituiu os hashis descartáveis de madeira por versões reutilizáveis de aço inoxidável.

Recicle o lixo orgânico

Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas a Alimentação e a Agricultura), estima-se que um terço do alimento produzido em todo o mundo vá parar em aterros sanitários e lixões. Para lidar com esse desperdício de maneira ecológica, boa ideia é transformar os restos de frutas, verduras e legumes, casca de ovos, borra de café, entre outros itens, em compostos orgânicos ou fertilizantes para fins de paisagismo. Procure saber sobre as vantagens de instalar uma composteira em casa.

Sem cerimônias, a composteira do Bib Gourmand Corrutela, com capacidade para 30 quilos de resíduos, está instalada logo na entrada do moderno salão, à vista de todos os clientes. Segundo o chef César Costa, o restaurante já deixou de emitir mais de 14,5 toneladas de gás carbônico na atmosfera com a adoção da compostagem.

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