Comida é muito mais do que o que está no seu prato. Cada ingrediente tem uma história, uma evolução, até chegar a sua mesa. Museus de comida e bebida são lugares onde essas histórias ganham vida. Em todo o mundo há centenas deles, com informações sobre alimentos e cultura ou abordando um único ingrediente, como a mostarda ou o kimchi.
Aqui reunimos seis opções de museus de comidas e bebidas a serem considerados em sua próxima aventura gastronômica.
Alimentarium
Vevey, Suíça
Depois que a sede da Nestlé deixou para trás este grande edifício neoclássico, em 1979, o prédio de calcário amarelo-claro permaneceu vazio até 1985, quando a empresa abriu ali o Alimentarium, que alega ser o primeiro museu sobre comida do mundo. O Alimentarium fica no Lago Genebra e o jardim - cujos vegetais e ervas são usados pelos chefs do museu - se debruça preguiçoso sobre as águas. Por meio de exposições interativas, a instalação permanente do Alimentarium analisa de forma ampla o que é comida, o que é consumido ao redor do mundo, a cadeia alimentar do campo à mesa e como o que você escolhe para comer afeta a saúde global. Exposições temporárias como “Beurk! Yuck! Igitt!” [onomatopeias inglesas para nojo] trazem um olhar despretensioso para os “alimentos que amamos odiar”. Jogos, workshops e aulas de culinária tornam este um espaço acolhedor para as crianças.
Bordeaux, França
Osaka e Yokohama, Japão
Existe alimento processado mais icônico que Cup Noodles? Aprenda a história do ramen instantâneo e do inventor do Cup Noodles, Momofuku Ando (que dá nome ao império de restaurantes de David Chang) em um dos dois museus, em Osaka e Yokohama. Eles são incrivelmente interativos, com workshops em que você pode criar Cup Noodles personalizados – do sabor ao design do rótulo – e fazer seu próprio ramen instantâneo do zero. A praça de alimentação do museu, Night Bazaar, foi projetada para parecer e soar como uma feira gastronômica de ambulantes onde você pode provar macarrão de oito países, incluindo Itália, Coreia do Sul e Malásia. Este é um museu fantástico para crianças; além das oficinas, há um playground, Cup Noodles Park, onde elas podem fingir que trabalham em uma fábrica de macarrão.
Bruges, Bélgica
As batatas são tão importantes para a culinária belga que, ao encarar um excedente de produção no início de 2020, a indústria Belgapom pediu aos belgas que comessem mais batatas para evitar o desperdício. Se porção dobrada de batatas fritas é seu tipo de dever cívico, visite o Frietmuseum em Bruges, o primeiro (e único) museu do mundo dedicado às fritas! O museu fica em um belo prédio gótico do final do século 14, em um dos edifícios mais antigos do centro histórico de Bruges listado pela Unesco. Conheça os 10 mil anos de história e a jornada da humilde batata, do Peru à Bélgica, saiba como as batatas fritas são feitas e o que faz das batatas fritas belgas (ou frieten) serem reconhecidas, e deguste algumas quentinhas, saindo direto da frigideira. Vá do salgado ao doce virando a esquina e fazendo uma parada no Choco-Story Brugge, um museu do chocolate criado pela mesma dupla de pai e filho do Frietsmuseum, Cédric e Eddy Van Belle.
Parma, Itália
Este conjunto de sete museus, fora da região central de Parma, celebra elementos essenciais da culinária italiana da região de Emília-Romanha: tomates, macarrão, o queijo Parmigiano-Reggiano, salame Felino, presunto de Parma (prosciutto), Culatello di Zibello (o primo menos conhecido do presunto de Parma) e vinho (a organização espera abrir um museu de cogumelos porcini no próximo ano). Todas as exposições do museu possuem o mesmo formato: história do produto, ferramentas usadas para cultivar/fazer/cozinhar, seu papel na arte e como é usado hoje. As seções de história fornecem informações divertidas: os tomates chegaram à Itália do Peru e do Equador em meados do século 16 por meio dos conquistadores espanhóis; vinho, tomate e salame foram os temas favoritos das pinturas de natureza morta; no século 15, uma peça de 18kg de Parmigiano-Reggiano exigia leite de até 50 vacas. Os museus da massa e do tomate estão juntos; os outros estão localizados ao sul e ao noroeste do centro da cidade. Não se preocupe se o azeite de oliva parecer injustiçado; não faz parte do Musei del Ceibo, mas a 15 minutos de carro do museu Parmesão há ainda um museu do azeite.
Nova Orleans, Louisiana
A história da culinária do Sul dos Estados Unidos é explorada neste museu de Nova Orleans, onde exposições instigantes mostram como ela evoluiu a partir das tradições africanas, caribenhas e europeias. Mostras do passado e do presente incluem a super detalhadas “Creative Kitchen of Al Copeland” (“Cozinha Criativa de Al Copeland”, fundador da rede Popeyes; “Red Bean City” (“Cidade do Feijão Vermelho”), que explica como o feijão vermelho e o arroz se tornaram um prato icônico da culinária creole da Louisiana; e “Gallery of the South: States of Taste” (“Galeria Sulista: Estados de Gosto”), um profundo mergulho nos hábitos alimentares e na comida dos estados do sul dos EUA.
Escrito por: Sophie Friedman